quinta-feira, 3 de março de 2011

Baile de máscaras


Sozinha. Era assim que ela se encontrava naquele dia indefinido: nem sol, nem chuva; encostada, embalava-se na cadeira de balanço dos seus mais velhos familiares. Uma solidão intensa, tão forte como no dia que recebera a notícia que estava atonitamente à espera, há um passo de dar rumo ou sentido à sua vida.

Ainda assim, fazia-se ciente das festas anuais e costumeiras que estariam por se fazer em uma semana. Agitos, música alta capaz de ultrapassar limites de decibéis, felicidade estampada no rosto de "foliões"; certamente, tratava-se de carnaval.
Carnaval... Um turbilhão de idéias instalavam-se em sua cabeça. E se? Ou um sim, ou um não, um "talvez" era melhor; reticências faziam parte da sua personalidade, não tinha exatidão no que queria de fato; imprevisível ou incerta, melhor a definiam.
Ficava a pensar em como as coisas, às vezes, não poderiam sair da forma que se queria. Amores, trabalho, desenvolvimento, aturdiam ainda mais a "cabecinha pequena", como sua avó dizia. Não queria festa, queria recolher-se. Por fora mais um rostinho bonito, capaz de confundir aos outros o que realmente se passava na alma; o que a fazia insegura e triste naquele mesmo dia.





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